E agora? #1

by - setembro 06, 2017

Boas malta!
Então bora lá descortinar o que se fez por aqui nas férias.
Preparados?!
Nada... não se fez nada.
Lembram-se do post DIA DE SOFRIMENTO e do post  A VIDA A PRETO E BRANCO
Estes foram os posts iniciais, ou os mais marcantes na procura louca das dores que tinha nas costas.

Dois dias antes de iniciar as férias, recebo no correio, uma carta para me apresentar em consulta de neurocirurgia no Hospital.
Logo aí comecei mal as férias, a duvida de marcaria ou não marcaria algo, pois ao que parece a vida acontece quando menos esperamos.

Nervoso miudinho, tantas hérnias e uma vértebra fracturada lá terei de ir á faca, daí a consulta pensei eu.
Fui sozinha, com o nervoso de uma possivel cirurgia.
Um pouco longe da hora marcada, lá fui chamada para a consulta, e lá entrei eu, carregada de todos os exames efectuados até aqui, inclusive o mais recente, a cintigrafia.

Médico relativamente novo, simpático e ainda me pediu desculpa pelo tempo que me fez esperar, ao que agradeci a amabilidade e atenção.

Pega não pega, tira exame, lê relatório, vamos por partes, o primeiro, segundo e por ai fora até chegar á minha sentença, a cintigrafia.

Vi o médico mudar de feição, olhou para mim, e voltou a olhar para o relatório:

- Dna Helena, lamento muito em ter de lhe dar esta noticia, mas vou ter de encaminha-la com a máxima urgência.

- Então Dr, está a assustar-me, o que se passa?

- Temos de ir para Oncologia, isto não está com boa cara. Vou de imediato pedir exames internos, e vai com esta minha carta ao bloco de oncologia pedir marcação de consulta.

- Está a falar a sério?!

- Estou sim, lamento muito, mas vou marcar já aqui consulta para mim, quero vê-la em Outubro.

O mundo ruiu, deixei de pensar, tremia que fazia aflição.
Perguntando de auxiliar em auxiliar, lá cheguei ao tal bloco de Oncologia, fiz conta de não ver ninguém, não quero ver doentes, só quero ir embora daqui.

Saí, de pernas, braços e lábios a tremer.
Sentei-me num banco de jardim, no exterior do hospital. Ali fiquei, chorei, escondida pelos óculos de sol.

Aguardei, tentei controlar e secar as lágrimas, tentei respirar calmamente.

Como é que de um dia para o outro tens uma noticia destas? E agora? O que faço agora? Estou tão perdida. 
Como darei a noticia, embora que muito vaga, não deixa de ser uma noticia atordoante.

Desse dia até aqui, já tanta coisa aconteceu, e quero muito partilhar convosco.

Beijinho


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